Ei Pessoallllllllll!!!! Minha terceira vez em Moçambique precisava de mais uma matéria para fechar o ciclo.
Como eu disse na última matéria, no dia 08 de Setembro de 2019, viajamos para Maputo, na doce ilusão de que lá, seria mais rápida e mais fácil a emissão da identidade e do passaporte da Olga, uma vez que as Sedes dos órgãos responsáveis ficam lá.
Combinei com uma conhecida de que nós ficaríamos na casa das irmãs dela. Quando embarcamos no aeroporto de Nampula, Província aonde Olga morava, recebi a mensagem de que as irmãs haviam viajado para a África do Sul.
Naquele momento me desesperei por não ter onde ficar.
A boa notícia é que o missionário Marcos e eu estávamos no mesmo voo. Prontamente a me ajudar, ele disse que conversaria com os amigos que o hospedariam, para ver a possibilidade de também me hospedarem.
Chegamos a Maputo e a Pastora Anitta foi ao aeroporto buscar o Marcos, solicitei abrigo por dois dias até que as irmãs de minha conhecida retornassem a Moçambique.
Embarque no aeroporto de Nampula.
Desembarque no aeroporto de Maputo.
Mas isso não aconteceu…os dois dias se tornaram trinta…e por lá eu fiquei.
Minha passagem de volta para o Brasil já estava comprada, e me restavam apenas 15 dias para resolver tudo que eu precisava, inclusive obter o visto da Olga na embaixada brasileira.
Um dia após minha chegada, entramos com o pedido de emissão da identidade da Olga, já constando a nova filiação, no caso, eu como mãe. Esse processo levaria 3 dias e acabou levando 15 dias.
E acredite, foram 15 dias de angústia. Durante esse tempo de espera, percebi que os órgãos não se comunicavam na mesma linguagem e isso fez com que os trâmites com a documentação demorassem mais do que o esperado.
Quando a identidade foi emitida, meu voo já tinha partido. KKKKKKKKKKK. Fechei os olhos e nem quis pensar (porque não remarcar ele de novo pelo alto custo).
Obs.: Enquanto os documentos da olga não ficavam prontos, demos andamento em outros documentos que precisávamos, autenticamos todos os documentos da adoção no cartório, Ministério da Justiça, Ministério das Relações Estrangeiras e A Embaixada Brasileira (pouco se sabe sobre isso no Brasil, mas essa autenticação é crucial para a homologação da sentença estrangeira aqui).
Iniciamos então, o processo de emissão do passaporte na Migração. Esse foi o momento em que chorei…chorei…e chorei…
Não irei detalhar aqui porque foram muitos dias de angústia, até que a migração fizesse um ajuste no sistema. Uma vez que a lei da família moçambicana havia sofrido alteração, mas o sistema da migração não. E eu tive que lutar para que essa alteração ocorresse para que o passaporte da Olga pudesse ser emitido. Mas enquanto isso não acontecia, eu fui questionada, pela Migração, por diversas vezes sobre a legitimidade da adoção.
Lembrando pessoal, que a Lei de adoção nos países africanos é rígida, ainda mais se tratando de adoção estrangeira. E TEM QUE SER. O tráfico de crianças para exploração sexual, infantil e venda de órgãos, é muito grande. Então eles precisam mesmo garantir a legitimidade. Em momento algum questionei as exigências, mas me preocupei muito com medo de ter meus pedidos indeferidos. Chorei com medo de não conseguir viver com a Olga no Brasil.
Enquanto tudo isso acontecia, aproveitei para passear com a Olga por Maputo e para conhecermos mais sobre Moçambique.


Catedral em Maputo.


Machamba (horta) na vila da Marracuene.


Estátua em homenagem à Samara Machel. Primeiro presidente de Moçambique.
Praia de Maputo.


Primeira vez de Olga em um barco.


Ilha da Inhaca. Lugar maravilhoso.


Jardim em Maputo.


Forte em Maputo.


Feira de artesanato de Maputo.
Enfimmmmmmm, passados longos 30 dias, passaporte em mãos, fomos até a embaixada brasileira solicitar o visto de Olga.
Cumprimos com todos os requisitos e conseguimos o visto. Aproveitamos para atravessar a fronteira e fomos até a África do Sul, conhecemos o lado selvagem do continente africano em um safari maravilhoso! Esse foi nosso último fim de semana em Moçambique. Confesso que eu estava louca de saudades do Brasil. Mas depois que tudo deu certo, meu coração chorou em ter que me despedir. Devido à pandemia, ainda não conseguimos retornar à Moçambique. Mas sabemos, em nosso coração, que será em breve.
Kruger Park – África do Sul.


Kruger Park – África do Sul.


Kruger Park – África do Sul.
No dia 10 de Outubro, chegamos ao Brasil, para vivermos como mãe e filha.
Claro que o processo não foi tão fácil. Mas quando olho para trás e vejo nossa luta, meu peito cresce de orgulho e de amor pela Olga, EU FARIA TUDO DE NOVO.


Embarque no aeroporto de Maputo, rumo ao Brasillllllllllllllllllllllllllll.
É isso pessoal! Um grande beijo e até mais!
Aiiiiii gente, estou chorando…


Luciana de Paiva é formada em Engenharia Ambiental, Engenharia de Segurança do Trabalho, Especialista em Gestão da Qualidade. Apaixonada por ações sociais e empreendedorismo. Se tornou empresária em 2020 e logo iniciou os estudos na área.
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